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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Sinteal sobre reformas: ‘É dinheiro do contribuinte que está indo para o ralo’

Do gazetaweb


A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), Maria Consuelo, criticou a gestão da Secretaria Estadual de Educação, que prorrogou, mais uma vez, o estado de ‘urgência’ no setor. Reforçando que o sindicato já havia alertado para a situação das escolas, inclusive as ditas recém-reformadas, a dirigente define a qualidade dos serviços realizados. "É dinheiro do contribuinte que está indo para o ralo". 

As críticas foram reforçadas pelos trabalhadores da educação após publicação do novo decreto nesta quarta-feira, 26 de dezembro, no Diário Oficial do Estado. Alegando falta de material, o governador Teotonio Vilela Filho adiou por mais 90 dias a situação de urgência administrativa no setor. O primeiro decreto surgiu em setembro de 2011, e permitiu ao governo estadual o uso de verbas públicas sem licitação para a reformulação das 334 escolas, 151 delas em estado crítico. 

“Que decreto de urgência é esse que, mais de um ano depois, a situação continua crítica? Dessas escolas que já foram reformadas, umas avançaram o serviço, mas foi totalmente sem qualidade. Instituições recém-reformadas tiveram aulas suspensas por mais de duas semanas porque tiveram que refazer serviços. Quer dizer, é dinheiro público indo para o ralo”, acrescentou a educadora. 

Ainda segundo Consuelo, as denúncias feitas pelos sindicalistas ao governo também não têm surtido efeito. “Já me acostumei com essa situação e prefiro até me reservar com certas afirmações do secretário, porque já nos acostumamos: sempre que fazemos cobranças contundentes, ele muda de foco”, emenda.

Conselho de Educação

Os embates entre Secretaria de Educação e trabalhadores ficam ainda mais acirrados com as normas estabelecidas pelo governo. Uma das recentes resoluções que causou polêmica no Estado foi a nomeação do secretário de Educação, Adriano Soares, como presidente do Conselho Estadual de Educação, órgão surgido dentro da política de gestão democrática do governo federal, com o objetivo, entre outros, de fiscalizar as ações da própria Secretaria. 

“É o Estado fiscalizando o próprio Estado”, confirma a sindicalista. “Como podemos falar de gestão democrática com uma ação como essa, em que a mesma pessoa que comanda a pasta do governo também libera os pareceres? Isso não existe em lugar nenhum, só em Alagoas”, emenda. “Os presidentes do Conselho Estadual, até então, sempre foram escolhidos por voto de seus pares”, acrescenta. 

Segundo a sindicalista, já tem sido articulado um movimento com o objetivo de rever a situação. “Já procuramos a Ordem dos Advogados do Brasil para entrar com uma ação na Justiça contra essa decisão. Temos notas de repúdio de várias entidades, inclusive da Ufal, e o posicionamento de outros nove conselhos no país”, emenda.

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