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sábado, 20 de outubro de 2012

Quase 200 candidatos estrangeiros são eleitos no país


Brasileiros naturalizados comandarão 28 cidades; há ainda 158 vereadores. Para ocupar cargo eletivo no Brasil, o estrangeiro precisa da cidadania.


Candidatos da Hungria, Líbano e Japão, entre outros países, foram eleitos no último dia 7 nas eleições municipais do país. Os brasileiros naturalizados vão governar 28 cidades e ocupar 158 cadeiras em câmaras municipais a partir de 2013. Levantamento realizado pelo G1 mostra que 12,5% dos 1.450 brasileiros naturalizados na disputa em 2012 saíram vitoriosos.
brasileiros naturalizados conquistam 28 prefeituras (Foto: Reprodução/TSE)
O libanês Merce foi reeleito prefeito de Juquiá no
último dia 7 de outubro (Foto: Reprodução/TSE)
A proporção de estrangeiros eleitos neste ano se manteve em relação ao registrado em 2008, quando 12,7% dos 1.770 candidatos conquistaram uma vaga. Na época, foram eleitos 34 prefeitos e 255 vereadores nascidos no exterior.
Nascido na cidade de Barranquila, na Colômbia, Carlos Amastha (PP) é o único estrangeiro que irá governar uma capital. Empresário do ramo de shoppings, ele foi eleito prefeito de Palmas no primeiro turno com 59.680 votos (49,65% do total). Não há segundo turno na cidade porque o município tem menos de 200 mil eleitores. Ao G1, um dia depois do pleito, Amastha disse que "a população recebeu alguém que não nasceu no Brasil". 

Já o empresário libanês Mohsen Hojeije, de 63 anos, venceu a disputa em Juquiá (SP), município situado a 132 km da capital paulista, na região do Vale do Ribeira. Ele foi reeleito para governar a cidade de 19,2 mil habitantes por mais quatro anos. “Juquiá é a cidade que me acolheu quando criança e me vi na obrigação de fazer parte da política e ajudar o município onde fui tão bem recebido”, afirma.

Brasileiros naturalizados conquistam 28 prefeituras (Foto: Reprodução/TSE)
Candidato pela primeira vez, Yugi venceu as eleições
por 300 votos (Foto: Reprodução/TSE)
Conhecido como Merce, ele é natural do sul do Líbano e chegou ao Brasil em 1956, acompanhado da mãe e de dois irmãos. “Meu pai passou um tempo trabalhando na África. Quando retornou ao Líbano, estava com o desejo de vir para o Brasil. Ele veio primeiro, juntou dinheiro e mandou buscar a gente”, relembra.

Fluente em árabe, o libanês chegou a acompanhar a comitiva do ex-presidente Lula ao Líbano. “Fui como empresário e como político”, explica Merce. O objetivo da visita a Beirute, capital libanesa, era promover um intercâmbio entre empresários brasileiros e árabes.

“A gente não escolhe o lugar que nasce, mas pode escolher o lugar onde quer viver. Eu tenho duas mães [pátrias]. O Brasil é um país que abraça todo mundo e hoje sou feliz por poder ser brasileiro”, relata Merce.

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